Dicas de Língua Portuguesa - Adjunto adnominal ou complemento nominal?
- lleticiabstee
- 19 de jun.
- 3 min de leitura

O adjunto adnominal é uma função sintática que pode ser representada por artigos, pronomes, numerais, adjetivos e locuções adjetivas que se ligam a um substantivo concreto ou abstrato, núcleo de um termo dentro da oração. Podem ser ou não introduzidos por preposição. Exemplo:
- Editais verticalizados
- Questões gratuitas de Língua Portuguesa para você praticar e muito mais!
1) A bela moça comprou aqueles dois brincos de ouro.
No sujeito – “A bela moça” –, temos o substantivo “moça” como núcleo; o artigo “A” e o adjetivo “bela” funcionam como seus adjuntos adnominais. Já no objeto direto – “aqueles dois brincos de ouro” –, o núcleo é o substantivo “brincos”; o pronome “aqueles”, o numeral “dois” e a locução adjetiva “de ouro” são seus adjuntos adnominais.
O complemento nominal, por sua vez, é uma função sintática sempre introduzida por preposição e complementa adjetivos, advérbios ou substantivos abstratos. Exemplo:
2) Você não seria capaz de tamanha atrocidade.
O adjetivo “capaz” é complementado pelo termo “de tamanha atrocidade”, que funciona como seu complemento nominal.
3) Votamos favoravelmente à sua decisão.
O advérbio “favoravelmente” é complementado pelo termo “à sua decisão”, que funciona como seu complemento nominal.
4) A realização do estudo foi conduzida pela universidade.
O substantivo abstrato “realização” é complementado pelo termo “do estudo”, que funciona como seu complemento nominal.
A dúvida entre adjunto adnominal e complemento nominal se dá em uma situação específica: quando há termo introduzido por preposição junto de substantivo abstrato. Nesse caso, como saber se o termo preposicionado é adjunto adnominal ou complemento nominal? Vejamos a seguir.
O adjunto adnominal tem valor agente sobre o substantivo abstrato que acompanha, enquanto o complemento nominal tem valor paciente em relação ao substantivo abstrato que complementa. Observe os exemplos:
5) A fuga do ladrão ocorreu ontem.
O termo “do ladrão” acompanha o substantivo abstrato “fuga” e apresenta valor agente, pois é o ladrão quem pratica a fuga (ele fugiu). Logo, “do ladrão” funciona como adjunto adnominal de “fuga”.
6) A prisão do ladrão ocorreu ontem.
O termo “do ladrão” complementa o substantivo abstrato “prisão” e apresenta valor paciente, pois o ladrão sofre a prisão (ele não prendeu, mas foi preso). Logo, “do ladrão” funciona como complemento nominal de “prisão”.
7) A homenagem da turma ao professor o emocionou.
Aqui, há dois termos preposicionados ligados ao substantivo abstrato “homenagem”: “da turma” e “ao professor”. O termo “da turma” tem valor agente, pois a turma realiza uma homenagem (é a turma que pratica a ação de homenagear); logo, é adjunto adnominal de “homenagem”. O termo “ao professor” tem valor paciente, pois o professor não pratica a ação de homenagear – ele é homenageado (sofre a ação); logo, é complemento nominal de “homenagem”.
DICA: Substantivos concretos são definidos como aqueles que possuem existência autônoma, enquanto os abstratos dependem de outro para existirem. Uma estratégia interessante é observar se você pode imaginar e, até mesmo, desenhar tal substantivo. Se isso for possível, o substantivo é concreto; caso contrário, o substantivo é abstrato. Exemplos:
- Mesa, bicicleta, livro, homem
É possível imaginar e desenhar tais substantivos autonomamente. Logo, são concretos.
- Dança, amor, investigação, estudo
Não é possível desenhar esses substantivos diretamente. Para “dança”, pensamos em pessoas dançando. Para “amor”, podemos pensar em um coração, em mãos dadas ou até em uma família. Para “investigação”, talvez pensemos em um detetive ou em uma lupa. Para “estudo”, pensamos em livros ou em pessoas estudando. Note que sempre pensamos em outros substantivos para representar esses. Logo, são abstratos.
A gente apanha, mas não corre. Seguimos fortes rumo à aprovação.
Comentários